segunda-feira, 4 de julho de 2016

Prestação da casa vai ter nova descida em Julho

Os portugueses com crédito à habitação entram no segundo semestre do ano com boas notícias para os seus bolsos. As famílias que vejam revistas as taxas de juro dos respectivos créditos à habitação em Julho vão sentir um novo alívio de encargos. O rumo descendente dos indexantes vai permitir cortes no valor da prestação entre um mínimo de 0,5% e um máximo de 2,7%.

Os empréstimos que têm como indexantes as Euribor nos prazos mais alargados vão sentir a maior quebra de encargos. É o que acontece com os contratos indexados à Euribor a 12 meses, dado que só agora estes vão sentir as descidas do último ano. Para essas famílias, a prestação mensal cai 2,7% o que, para um exemplo de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um ‘spread’ de 1%, reflecte-se numa poupança mensal de nove euros, com a prestação a fixar-se nos 320,95 euros. Para estes agregados será a primeira vez que vão sentir o impacto da entrada em terreno negativo da Euribor a 12 meses. Contudo, o número de famílias a beneficiar dessa redução será muito curto, já que a Euribor a 12 meses ainda tem pouca expressão no total do crédito à habitação em Portugal. Isto apesar de muitos bancos já estarem a utilizar este indexante como referência para os novos empréstimos para a compra de casa.

Nos contratos que têm como referência os indexantes nos prazos mais curtos, a redução na prestação será menor. Quem optou pela taxa a seis meses verá o valor da prestação cair 1,7% no próximo mês, o que para o cenário considerado se reflecte numa poupança mensal de 5,51 euros, com a prestação mensal a fixar-se nos 314,3 euros. Já nos empréstimos indexados à Euribor a três meses, é antecipada uma poupança de 1,66 euros por mês, com a nova prestação baixar para os 311,23 euros (menos 0,5% face à última revisão).

Mercado vê juros positivos só no final de 2020

Nos últimos anos, o rumo descendente dos juros tem sido um importante aliado das famílias portuguesas com crédito à habitação, uma realidade que deverá manter-se durante um período prolongado de tempo devido à política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE). Desde Março deste ano que a taxa de juro de referência para a zona do euro está fixada num mínimo histórico de 0%, para ajudar a suportar uma economia cujo crescimento custa a descolar. Na última reunião do conselho de Governadores que decorreu a 2 de Junho em Viena, o presidente do BCE admitiu que as taxas de juro se vão manter num nível muito baixo para lá da conclusão do programa de ‘quantitative easing’ que não terminará antes de Março de 2017.

A expectativa do mercado aponta no mesmo sentido. A evolução dos futuros para a Euribor a três meses aponta para que o indexante continue a deslizar para terreno cada vez mais negativo até ao final de 2017, fixando-se nessa altura em -0,39%, segundo dados a que o Económico teve acesso. Só a partir dessa altura este indicador aponta para uma reversão do rumo do indexante que, contudo, é antecipado se mantenha em terreno negativo até Setembro de 2020.
 
Fonte: Economico

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