sexta-feira, 15 de julho de 2016

Bancos carregam na concessão de crédito à habitação

Os bancos estão a carregar no acelerador da concessão de crédito. O montante de empréstimos concedidos em Maio subiu em todos os segmentos, para um total de 4.031 milhões de euros, o que é de longe o valor mais elevado do ano. E se a maioria do crédito continua a ser direccionado para as empresas, nomeadamente para as pequenas e médias empresas (créditos até um milhão de euros), a verdade é que tem sido o crédito à habitação aquele que tem ganho maior tracção nos últimos meses. A recuperação dos preços do imobiliário em Portugal, a par das garantias dadas nestes empréstimos, tornam-nos especialmente atractivos para a banca, cuja rentabilidade continua pressionada por um ambiente prolongado de baixas taxas de juro.  

Em Maio os bancos emprestaram 497 milhões de euros para a compra de casa, o valor mais elevado em precisamente cinco anos. Um valor que continua no entanto longe dos montantes que eram concedidos no passado. Até meados de 2008, os bancos concediam consistentemente mais de mil milhões de euros todos os meses para a compra de casa. Com a crise do subprime, que ditou a dificuldade dos próprios bancos em financiarem-se nos mercados internacionais, o valor dos empréstimos mensais caiu para cerca de 700 milhões de euros. Com a crise das dívidas soberanas, e com o resgate internacional do próprio país, os bancos passaram a emprestar durante largos meses menos de 200 milhões de euros para a compra de casa.

Também a concessão de crédito ao consumo tem vindo a aumentar. Embora acarrete maior risco para as instituições, as elevadas taxas de juro deste crédito dão um importante contributo para a margem financeira dos bancos. Em Maio emprestaram 325 milhões de euros, o segundo valor mais elevado desde Maio de 2010. Em março tinham emprestado 349 milhões de euros.

Com a Troika em Portugal, a maioria do crédito às empresas era dirigido para os créditos superiores a um milhão de euros, tendencialmente concedidos às grandes empresas. Uma tendência que se inverteu a partir de Agosto de 2014, quando as PME passaram a absorver a maioria do crédito dirigido ao segmento empresarial. Em Maio os bancos concederam créditos, até um milhão de euros, no valor de 1.566 milhões de euros, enquanto as grandes empresas receberam 1.480 milhões de euros.  
 
Fonte: Economico

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