quarta-feira, 30 de março de 2016

Prestação da casa recua para novo mínimo de sempre

O próximo mês é marcado por um novo alívio de encargos para os portugueses com crédito à habitação. Apesar de ainda faltarem duas sessões para o fecho do mês da Euribor, já é possível perceber que quem revir a taxa de juro do seu empréstimo da casa em Abril vai passar a pagar uma prestação mais baixa. A quebra de encargos varia entre um mínimo de 1,4% e um máximo de 3,1%. 

O maior desafogo será sentido pelos agregados cujos empréstimos têm como referência a Euribor a 12 meses, dado que estes só agora sentirão o impacto da descida dos juros registada ao longo do último ano. A prestação mensal cai 3,1% o que, para um exemplo de um crédito no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um ‘spread’ de 1%, reflecte-se numa poupança mensal de 10,43 euros, com a prestação a fixar-se nos 321,04 euros nesses créditos. Ainda assim será muito baixo o número de famílias a beneficiar dessa redução, atendendo a que a Euribor a 12 meses tem pouca expressão no bolo total do crédito à habitação em Portugal. Isto apesar de a maior parte dos bancos estar a começar a utilizar a Euribor a 12 meses como referência na celebração de novos empréstimos para a compra de casa. 

Nos contratos que têm como referência os indexantes com prazos mais curtos, a redução na prestação será menor. Quem optou pela taxa a seis meses verá a prestação cair 2,4% no próximo mês, o que para o cenário considerado significa uma poupança mensal de 7,73 euros, para um valor mensal de 315,52 euros. Nos empréstimos indexados à Euribor a três meses, tendo em conta o exemplo referido, a poupança esperada será de 4,56 euros por mês, com a nova prestação a fixar-se em 311,32 euros, menos 1,4% face à última revisão. 

O crescente desafogo com os encargos com a prestação da casa acompanham o rumo descendente dos indexantes, que persistem em valores negativos. A expectativa é de que esse cenário se mantenha por um período prolongado de tempo. O comportamento dos futuros da Euribor a três meses aponta para que o indexante continue a deslizar para terreno cada vez mais negativo até ao final de 2016. Só a partir dessa altura este indicador aponta para uma reversão do rumo deste indexante que, contudo, é antecipado se mantenha com valores negativos até meados de 2019. Uma perspectiva que acompanha aquela que tem sido política monetária expansionista do Banco Central Europeu (BCE), na qual a descida dos juros de referência para a zona euro é um dos pilares. Na reunião de Março do conselho de Governadores dos bancos centrais dos países da zona euro, o BCE cortou a taxa de juro de referência de 0,05% para 0%, um novo mínimo histórico, visando dar algum “gás” à frágil economia comunitária. 

Enquanto a economia não arranca a sério, pelo menos os portugueses vão sentindo um progressivo alívio na factura mensal da prestação da casa.
 
Fonte: Economico

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